Biscoitos de escoteiro

Biscoitos de escoteiras

Biscoitos de escoteiras

Mais uma cena de filme: Meninas escoteiras vendendo biscoitos de porta em porta.

Tudo bem que não foi bem assim que eu terminei comprando os tais biscoitos. Uma colega de trabalho foi quem vendeu as caixas para ajudar a Girls Guide (escoteiras do Canadá) a arrecadar fundos. Consegui a última! Elas acabaram rápido porque o comentário geral era de que “esse é gostoso!”, em uma clara referência ao fato de normalmente esse biscoito ser meio ruinzinho e a pessoas só o comprarem “para ajudar” mesmo.

Enfim. Ser escoteira é só mais um aspecto da infância-americana-de-filmes que eu não tive, junto com uma casa na árvore (tree house) e escaninho no colégio (locker).

O escotismo (do inglês Scouting)  é um movimento voluntário e sem fins lucrativos criado no início do século XX pelo militar inglês Robert Baden-Powell. Nele, o jovem aprende a trabalhar em equipe, bem como práticas de “vida ao ar livre”, como acampar, acender fogueira, usar bússola etc. O movimento feminino, Girl Guides, no Brasil chamado de Bandeirantismo ou Guidismo, foi fundado pela irmã de Robert, Agnes. Mesmo hoje em dia tropas mistas ainda são exceção.

 

Curiosidades

Nomenclatura: Os escoteiros-mirins são chamados “lobinhos” no Brasil. Em inglês, os meninos são os cubs e as meninas, brownies. Somente depois eles se tornam “escoteiros de verdade” e, finalmente, Guias (nomenclaturas diversas).

Números: Dos cerca de 40 milhões de escoteiros espalhados por mais de 200 países no mundo inteiro, mais da metade está concentrada nos seguintes países, nesta ordem:  Indonésia, EUA, Índia e Filipinas. No Brasil, o movimento ainda não é muito difundido.

Sempre Alerta (Be prepared): O lema dos escoteiros e o seu sistema de valores baseado na honra e lealdade é a sua marca registrada. Ainda assim, nunca estamos livres de desvios de conduta… Basta assistir à cena abaixo do longa de animação da Sony “A Casa Monstro” (Monster House) e conferir.

Verdade seja dita, após rever o trecho, percebi que a “vendedora” não é escoteira, e sim apenas uma estudante. Ainda assim, a cena é impagável e eu diria que preocupantemente engraçada.

 

 

E aí? O que acharam?

Are you having fun yet?

Essa é a frase do momento no trabalho. Cada vez que aparece mais um abacaxi ou cada vez que um problema toma proporções maiores, significando que a gente vai ter de fazer ainda mais um serviço complexo e trabalhoso, desses que a gente não deseja a ninguém, a gente pergunta

Foto: Getty images

Foto: Getty images

Imagine a seguinte cena:

Você, sua chefe e outros colegas em um War room (sala de guerra), que é o apelido dado às salas de reunião (boardrooms). O nome “guerra” não é referência a discussões ou mesmo eventuais brigas que podem ocorrer nesse tipo de sala, mas sim em relação à mesma ser uma sala de estratégia. A guerra, talvez, seria aquela travada com os concorrentes.

Enfim. Continuando…

Ao centro da mesa, o telefone está no speaker, para todos ouvirem. Do outro lado da linha, notícias nada agradáveis, do tipo:  “esse trabalho terá de ser refeito”.

Áudio-conferência encerrada, todos dão aquele suspiro de puxa vida…

É nesse momento que um colega se vira para o outro e pergunta: “Are you having fun yet?” (Algo como, “Você já está se divertindo?”)

É um comentário irônico, claro, mas o suficiente para fazer todos abrirem um pouco o sorriso e para aliviar a tensão ao menos por um breve momento.

O trabalho deveria ser uma diversão. Quer dizer, todos deveriam ao menos gostar do que fazem, curtir mesmo.

Ora, sabemos que a realidade corporativa não é bem essa, mas, se há uma coisa que eu aprendi é que, não importa em que parte do mundo você trabalhe, o dia sempre ficará mais leve se você encarar as “broncas” do dia a dia com bom humor.

Bazar de garagem – Parte I

Foto: Getty Images

Foto: Getty Images

Acredito que todos já viram ao menos algumas dessas cenas em filmes de sessão da tarde:

Crianças/Escoteiros vendendo limonada numa barraquinha na frente de casa com uma plaquinha escrita a mão (25 ¢);

Família fazendo um churrasco no quintal de casa com carne de hambúrguer e salsicha de hot dog;

Banda de adolescentes tocando na garagem;

Músicos de rua e seus chapéus/cases de instrumentos à espera de contribuições (em sua maioria moedas e notas de 1 dólar).

Pessoas vendendo de tudo um pouco na frente de casa em um Garage Sale, ou “Bazar de Garagem”, também chamado Yard Sale (Bazar no Quintal).

Garage Sale

 O post era só para falar do último item da lista, mas de tão rico, o The Great Glebe Garage Sale (O Grande Bazar de Garagem do Glebe) engloba também todos os outros.

Trata-se de um bazar de garagem coletivo que ocorre anualmente em todo o bairro do Glebe em Ottawa. Outros bairros também organizam eventos parecidos, mas nenhum é tão famoso ou “tradicional” quanto o do Glebe, que existe há mais de 20 anos e atrai milhares de pessoas, até mesmo de outras cidades.

Foi uma experiência incrível, fica até difícil de narrar. Só vendo para entender. Por isso mesmo eu fiz uma filmagem do evento. Vou levar algum tempo para editar o vídeo e passar as fotos para o computador, então por enquanto deixo vocês com esse link, que contém diversas fotos do garage sale do ano passado, só para dar um gostinho.

“Sim, mas e tinha coisa interessante? Você comprou alguma coisa?”

BoggleTinha muito cacareco, utensílios de cozinha, peças de roupa, brinquedos e outros. Ouvi algumas pessoas reclamando que o bazar “já teve dias melhores”, que antigamente se conseguia encontrar móveis e tudo mais.

Bem, eu comprei um joguinho de letras bastante conhecido por aqui e nos EUA chamado Boggle (por 2 dólares) e… tan dan dan dan… Uma bicicleta!!!

Foi um achado. Na verdade nem foi bem no bazar que eu comprei, mas em uma loja de bicicletas usadas que lucrou muito com a movimentação proporcionada pelo garage sale. A bicicleta custou apenas 40 dólares canadenses! (uns 60 reais)

Depois publicarei também fotos dessa minha mais nova – embora um pouco enferrujada – companheira de aventuras.

Vai ser diferente (It will be different)

No “espírito de Ano Novo”, publico aqui um poema de Carlos Drummond de Andrade, já bem conhecido. Tomei a liberdade de fazer uma tradução simplória livre do texto para o inglês e então o repassei para colegas de trabalho e amigos aqui do Canadá. Nem precisa dizer que eles adoraram, né? É isso aí, temos mais é de “exportar” a nossa cultura, em vez de só reclamar que eles acham que o Brasil é só “Carnaval e futebol”.

“Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança,
fazendo-a funcionar no limite da exaustão.

Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar
e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação
e tudo começa outra vez, com outro número
e outra vontade de acreditar
que daqui para adiante
vai ser diferente.”

(Carlos Drummond de Andrade, poeta, contista e cronista brasileiro, 1902 – 1987)

Um Feliz Ano Novo para todos!

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Time

“Whoever had the idea to cut the time in slices,
to what has been given the name of “year”,
was a remarkable genius.
For this has industrialized hope,
making it work up to an exhaustion edge. 

Twelve months are enough to make any human being tired out to the point of
throwing in the towel.
But then comes the miracle of renovation,
and everything starts yet once again, with another number
and another will to believe
that from now on
it will be different.”

(Carlos Drummond de Andrade, Brazilian poet, writer and columnist, 1902 – 1987)

A Happy New Year to all!